Na reflexão que fez após o rito do “Lava-Pés”, D. Jorge Ortiga lembrou, com base no alerta de diversas instituições, que o número de unidades de cuidados paliativos e continuados «é insuficiente» para acolher todos os doentes oncológicos ou em fase terminal. «O número de casos de cancro e de doença crónica tem aumentado, os pedidos de ajuda têm crescido e, infelizmente, as respostas sociais não dão uma resposta cabal a esta nova realidade», avisou.
Assim, o prelado defendeu que deve haver maior investimento neste setor, ainda que, «infelizmente se continue a assistir a opções ideológicas e economicistas que olham para pessoas como meros números». «Nenhum esforço, humano ou económico, é inútil neste setor. Pelo contrário, é uma necessidade imperiosa», realçou.
O prelado, que presidiu à celebração acompanhado pelo bispo auxiliar de Braga D. Nuno Almeida e pelos capitulares da Sé, lembrou também os idosos e as «fragilidades típicas desta idade às quais as instituições devem fazer um «esforço acrescido» para dar resposta. «Uma sociedade que se desresponsabiliza de tratar, com competência e ternura, os seus irmãos é uma sociedade desumana», afirmou.
Diante de uma assembleia numerosa que lotou a Sé Catedral de Braga, o Arcebispo de Braga exortou, assim, os cristãos a assumirem o compromisso de «humanizar» a “última hora” de quem se encontra em cuidados continuados ou paliativos. No dia do «mandato do amor» e da institução da Eucaristia, D. Jorge Ortiga quis, desta forma, prestar «homenagem e gratidão» a todos quantos cuidam dos idosos e
doentes terminais.
Fonte: Diário do Minho