A CDU (PCP-PEV) está apostada em recuperar o deputado à Assembleia da República eleito pelo distrito de Braga. Agostinho Lopes e Carla Cruz foram os últimos deputados da CDU eleitos pela região. Desta vez, a cabeça-de-lista é a professora Sandra Cardoso e Tânia Silva é a primeira famalicense, no quarto lugar da lista.
Num encontro com a comunicação social, na passada sexta-feira, os candidatos mostraram confiança na representação do distrito de Braga, depois de falhadas as duas últimas tentativas para as Legislativas. Sandra Cardoso disse que, em conversa com as pessoas na rua, nota que elas «se sentem defraudadas relativamente a esta maioria do PS» e que querem reatar a «geringonça». A número um da lista acredita que no dia 10 de março as pessoas não vão pelo voto útil.
Aos órgãos de comunicação social, foram apresentados os candidatos famalicenses: Tânia Silva, Ana Paula Martins, Fernando Costa e Sara Silva. Para Tânia Silva, «o concelho de V.N. de Famalicão está bem representado na lista distrital da CDU com este grupo de candidatos. Candidatos com fortes ligações ao concelho de Famalicão, mas principalmente candidatos que sempre estiveram do lado de quem trabalha e vive do seu salário ou da reforma que tanto custou a alcançar».
Sobre as ideias da CDU para estas eleições, Sandra Cardoso, 52 anos, falou na necessidade de combater os baixos salários, dando como mau exemplo o concelho de Famalicão. A habitação é também um tema de campanha. «Há estudos que apontam para o aumento no último ano dos preços das rendas no concelho na ordem dos 31%, de 809 euros para 1.062 euros. É quase impossível para os jovens acederem a uma casa digna. Como se não bastasse, as rendas aumentaram no início de 2024 quase 7% por decisão do governo de maioria absoluta do PS. Tudo isto ao mesmo tempo que os maiores bancos acumulam um lucro diário de 12 milhões de euros à custa do aumento das prestações e taxas cobradas. Tudo perante a passividade do PS e a anuência do PSD, CDS, CH e IL», criticou a também dirigente da Organização Regional de Braga do PCP.
Além das medidas que a CDU considera transversais à sociedade, Tânia Silva apontou a necessidade de políticas regionais na cultura e no desporto. «É necessária e urgente uma região que seja capaz de trabalhar em conjunto, em prol do distrito, em que a competição entre concelhos dê lugar a uma cooperação estratégica que aproveite os recursos e propicie um desenvolvimento territorial consolidado».
No que diz respeito ao desporto, Tânia Silva realça que «o distrito com mais associações desportivas do país não tem uma política de promoção, distribuição e fruição de equipamentos desportivos de forma estruturada e pensada ao nível regional. Faltam políticas integradas de promoção do desporto», criticou.
Já sobre a cultura, diz que «o distrito é cada concelho por si, o que inevitavelmente provoca assimetrias e dispersão irregular de iniciativas e equipamentos, com claros prejuízos também no plano económico, o que leva a uma cultura para as elites e à desvalorização da cultura tradicional, de cariz local». A candidata defende 1% do orçamento para a cultura e que é preciso compreender que o Minho não é Lisboa.