O Projeto Cuidar Maior, criado em 2019, pelo Centro Social e Paroquial de Requião com apoio de outros parceiros, abrange 497 cuidadores informais. Começou por atender as freguesias do Vale do Pelhe, mas chegou, entretanto, a todo o concelho. As solicitações têm vindo a aumentar, face às necessidades, mas os apoios financeiros escasseiam, frisou o presidente do Centro Social e Paroquial de Requião, pe. Domingos Machado, esta sexta-feira, no encontro sobre “A (In)visibilidade de Cuidar”.
«Precisamos de mais apoios, principalmente da Segurança Social, no aumento das comparticipações às respostas sociais ou a diminuição dos encargos sociais das IPSS. Olhem também para a necessidade de conseguirmos um apoio consolidado para o Cuidar Maior», referiu Domingos Machado.
A Secretária de Estado da Social Ação e Inclusão, Clara Marques Mendes, presente neste colóquio, reconheceu que o setor social «precisa de ser mais acarinhado porque nunca falha e dá as respostas que o Estado nunca daria se não fossem as instituições». Disse que foi por isso que o Governo aumentou as comparticipações em 3,5%. Contudo, admite que é preciso ir mais além até porque «os projetos inovadores que vão surgindo são da parte das instituições sociais».
Sobre os Cuidadores Informais, lembrou que este Governo incluiu o acesso ao estatuto de cuidador informal pessoas não familiares do doente. Clara Marques Mendes adiantou, ainda, que o Governo está a trabalhar para tornar efetivo (porque já existe a lei) o descanso ao cuidador. Uma estratégia que irá passar pelas instituições e por bolsas de cuidadores informais.
A governante deixou, ainda, outro desafio, mais abrangente que tem a ver com estratégias de longevidade «e não só de cuidar das pessoas quando precisam. Temos de as preparar para envelhecer», frisou. A Secretária de Estado falou também da necessidade do setor da saúde entrar mais nos cuidados ao domicílio. «Um paradigma que o Estado tem que aprender com as instituições», admitiu.
O município tem sido um parceiro e o presidente da Câmara Municipal lembrou que este ano as IPSS receberam mais de um milhão de euros. «A Câmara está disponível para o apoio e, porventura, para uma escalada deste projeto a nível concelhio, por via do CLAS – Conselho Local de Ação Social, para que todas as instituições possam apoiar o Cuidar Maior. Não pode ficar só ao encargo do Centro Social e Paroquial de Requião», desafiou Mário Passos as 46 instituições sociais do concelho. «O Banco Local do Voluntariado tem que contribuir», acrescentou o edil.
A vereadora da Família e Saúde fez o mesmo repto, desafiando também as Juntas de Freguesia a apoiarem porque nem todas o fazem. Sofia Fernandes referiu, ainda, que o município está a trabalhar no Plano Municipal de Gerontologia.