
A família de Maria Amélia Serra, religiosa do Convento de Requião, pede uma indemnização de 335 mil euros.
Em causa estão 20 anos de alegada tortura que Maria Amélia terá sofrido às mãos de um padre e três religiosas. Esta religiosa suicidou-se em 2004, ao atirar-se para um tanque.
Recorde-se que o padre Joaquim Milheiro e três religiosas começaram, esta quarta-feira, a ser julgados por nove crimes de escravidão, agressões físicas, injúrias e pressão psicológica a outras religiosas. Um processo paralelo ao de Maria Amélia Serra e que já remonta a 2015, quando a PJ do Porto realizou buscas ao convento.
A família de Maria Amélia Serra entende que o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, e a Arquidiocese são também responsáveis pelos alegados maus-tratos e, por isso, devem ser condenados a pagar solidariamente a indemnização pedida.
«Demitiram-se conscientemente do seu dever de vigilância relativamente à instituição e fizeram-no perante as numerosas e sucessivas queixas e denúncias recebidas quer por parte das próprias vítimas, quer dos seus familiares», alega a família, citada pelo Jornal Correio da Manhã.
O arcebispo não foi constituído arguido pelo Ministério Público, escapando a responder criminalmente pelo caso, mas não contestou o pedido de indemnização cível, que vai agora ser apreciado em julgamento