Famalicão: Jorge Reis-Sá, o filho escritor que é o orgulho do pai

Jorge Reis-Sá, vencedor da primeira edição do Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca, com a obra “A Hipótese de Gaia” (2022), recebeu o prémio, no valor de 12.500 euros, ao final da tarde desta quarta-feira, no Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais.

Na ocasião, o escritor famalicense partilhou com os presentes uma reflexão que começou na sua maior qualidade, que é também «o meu maior defeito, a curiosidade», terminando com o maior valor que este prémio comporta: o orgulho que sentiria o seu pai em ter um filho escritor. «Não sei de melhor agradecimento que lhe possa fazer», referiu Jorge Reis-Sá.

Ao longo da sua intervenção, o escritor discorreu sobre o seu passado, das escolhas académicas, que acabaram na Biologia, ao seu primeiro trabalho editado, tinha, então 22 anos. «Apaixonado por livros e pela edição, percebi imediatamente que esta seria a minha profissão – interrompendo o curso no último ano e deixando um estágio em genética populacional, no que seria o último resquício de especificidade e especialidade na minha vida».

O poeta, o romancista e o cronista «era tudo e não era nada». Até na edição «publicava ciência, mas não era cientista», ou como editor de literatura, «com uma propensão para editar livros que tentava que se vendessem». Em suma, e as palavras continuam a ser de Jorge Reis-Sá, «sou um gentio em cada uma das áreas, visto sempre como, de alguma forma, pertencendo a outra» e o que este prémio lhe ofereceu é o sentimento de pertença a uma área (ou a várias). «Por isso, obrigado. Obrigado por dizerem que estes contos valem».

O Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca foi instituído este ano pela Associação Portuguesa de Escritores, com o patrocínio do Município de Cascais e Fundação D. Luís I, com o objetivo distinguir anualmente uma obra de contos em português, publicada em livro e em primeira edição.

Ficcionista, poeta, cronista, Jorge Reis-Sá escreveu, ao longo dos anos, um vasto conjunto de contos que reuniu na obra agora galardoada. Na sinopse, pode ler-se que «movidos pela estranheza, onde Borges se toca em Kafka ou onde Vergílio Ferreira se junta a uma linguagem por vezes poética, são pequenas prosas com o azul, a terra e a rua como sustentáculo: Gaia e a sua Hipótese, portanto».

Jorge Reis-Sá é licenciado em Biologia. Em 1999 estreou-se na escrita com um livro de poemas e fundou a Quasi Edições, que editou até 2009; foi editor na Babel, entre 2010 e 2013, ano em que passou para editor da Glaciar, sendo, também, consultor editorial de várias instituições e editoras.

O escritor famalicense, que reside em Lisboa, publicou poesia, contos, crónicas, romances e outros textos. Destaque-se, entre as muitas obras, o romance «Todos os Dias», a crónica biográfica «Campo dos Bargos – O futebol ou a recuperação semanal da infância», publicada na coleção Retratos da Fundação Francisco Manuel dos Santos e, mais recentemente, o livro de contos «A Hipótese de Gaia», editado já n’A Casa dos Ceifeiros que o próprio criou em 2017.

Foto: Câmara Municipal de Cascais

 

22 Comments

  1. Parabéns 👏, muito sucesso são os nossos votos Quim e Bina. Um grande abraço 🤗 🤗

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Famalicão: Jardim de infância em Brufe assaltado durante a madrugada

O jardim de infância de Erial, na freguesia de Brufe, foi alvo de um assalto na madrugada desta quarta-feira. Segundo apurou a Cidade Hoje no local, os assaltantes entraram por uma janela e conseguiram aceder apenas a uma sala, que tinha porta trancada para as restantes divisões do espaço.

Do interior, foram levados um computador porteiro e uma quantia em dinheiro, retirada de uma gaveta arrombada.

Tudo indica que os ladrões terão abandonado o local a pé, pelo menos, durante alguns metros, uma vez que foi encontrado dinheiro espalhado numa rua próxima. A fuga terá sido precipitada pelo disparo do alarme.

A GNR foi acionada, mas a investigação passou para a Polícia Judiciária.

Famalicão: ACIF recebeu mais uma ação de capacitação da Acelerar o Norte

A Casa do Empresário da ACIF recebeu, no dia 23 de abril, mais uma ação de capacitação do projeto Acelerar o Norte. Esta sétima iniciativa, uma vez mais dinamizada pela ACIF e pela equipa da Aceleradora Ave 2, teve como tema “Receber dos clientes na Internet” e decorreu de forma híbrida e presencial, com mais de 30 participantes que adquiriram conhecimentos sobre os diferentes sistemas de pagamento; esclarecimentos sobre os diferentes receios associados aos pagamentos online; debateram-se as características da faturação eletrónica e foi explicada a importância de desenvolver o planeamento de entregas, nomeadamente algumas estratégias de embalamento.

A importância do desenvolvimento de estratégias para maximizar a satisfação do cliente e explicações de como criar um chatBot, também constaram desta ação de capacitação.
A sessão contou com a presença da equipa da Aceleradora Ave 2, e João Pedro Araújo, gestor de transição digital, fez, no final, uma breve explicação das ideias debatidas na sétima de nove ações previstas na região de Famalicão.
Acelerar o Norte é um projeto dirigido por um consórcio composto pela CCP, AEP, AHRESP E ACEPI, financiado pelo fundo Europeu PRR, que pretende auxiliar as pequenas e médias empresas a fazer a transição digital, tanto através de ações de capacitação sobre os vários temas, como pela atribuição de um voucher, que pode atingir o valor de 2000€ para a aquisição de serviços na área do digital.
A equipa da Aceleradora de Famalicão continua a angariar empresas e disponível a ajudar todos os empresários, na Casa do Empresário e Formação da ACIF em Vila Nova de Famalicão, ou através do email:
famalicao@aceleraronorte.pt

Famalicão: Ação da Proteção Civil durante o apagão reconhecida pelo presidente da Câmara

Na reunião da Assembleia Municipal desta terça-feira, o presidente da Câmara aproveitou para fazer o ponto da situação da segunda-feira sem luz elétrica. «Um dia muito difícil para todos. Um dia de muita imprevisibilidade e incerteza», resumiu. Fazendo a cronologia dos acontecimentos, informou que pouco tempo após o apagão convocou a Comissão da Proteção Civil Municipal que começou a reunir às 14h30, optando por declarar o Estado de Emergência Municipal, «para ter todos os instrumentos ao dispor se tal fosse necessário e, assim, acudir a alguma anormalidade que pudesse suceder», apontou.

A prioridade foram os públicos mais vulneráveis, por isso procuraram que Hospitais, Centros Sociais, Forças de Autoridade e Bombeiros/Cruz Vermelha funcionassem com a normalidade possível. «Desenvolvemos um plano de ação para que tivéssemos reservas de combustível, reservas de água e geradores», explicou. Como as telecomunicações não existiam «tivemos que preparar uma equipa de estafetas para ir ter com as IPSS e Hospitais. Os contactos são fundamentais», esclareceu.

A reunião da Comissão da Proteção Civil só terminou por volta das 23 horas, quando a luz já estava restabelecida no concelho.

Mário Passos agradeceu a todos quantos estiveram envolvidos neste processo, da proteção civil aos colaboradores.

 

Famalicão: Festival Lusco Fusco decorre este sábado na Devesa

O projeto vencedor da 9.ª edição do programa municipal ‘Programar em Rede’ promove, no próximo sábado, no Parque da Devesa, o Festival Lusco Fusco. A iniciativa é da responsabilidade Associação Cultural, Desportiva e Social 1.º de Maio e Alçapão Academia, de Requião.

O certame começa às 14h30, com o teatro para crianças “De onde vêm as ideias”, e às 15h00, com um mercado de artes holísticas, música e gastronomia dinamizado por associações locais e outros parceiros.

A iniciativa propõe-se reativar e reinventar as tradições portuguesas da queima do judas, ligando a sua figura a outras do imaginário tradicional português que representam o mal, o acusado, o intimidador.

O ponto alto do festival está marcado para as 19 horas, com um cortejo de figuras mitológicas coreografadas, acompanhadas de música tradicional, culminando numa encenação teatral do julgamento e da queima do judas.

O projeto “Lusco Fusco” foi o grande vencedor da última edição do Programar em Rede, promovido pelo Município de Vila Nova de Famalicão, através do Conselho Municipal de Cultura.

O Programar em Rede foi lançado em 2016 e tem como objetivo envolver vários agentes culturais do concelho na concretização de um evento que se diferencie pela inovação e criatividade, pela capacidade de articulação de meios, pela mobilização e atração de público e pela descentralização da atividade cultural. O projeto vencedor é contemplado com um apoio municipal de 10 mil euros.

Famalicão: Falecimento de ex-escuteiro adia Festa da Flor de Telhado

A iniciativa do Agrupamento de Escuteiros de Telhado, prevista para esta quinta-feira, foi adiada.
O adiamento prende-se com o falecimento do pai de um escuteiro, e familiar de vários elementos no ativo, que foi escuteiro durante muitos anos.
A iniciativa fica, para já, sem efeito.

Famalicão: PS celebra a democracia, «uma construção diária»

Álvaro Beleza foi o “cabeça de cartaz” do jantar comemorativo dos 51 anos do 25 de Abril. O destacado militante socialista sublinhou a importância da liberdade e de um Portugal «colorido, jovem e com futuro para todos». Pediu um Partido Socialista «moderado» e reconheceu em Eduardo Oliveira o «compromisso de ser o motor da mudança que o concelho precisa».

O candidato à presidência da Câmara Municipal debruçou-se sobre a atualidade e da «urgência da mudança em Famalicão», que, do seu ponto de vista, «só o PS pode corporizar, com mais saúde, mais habitação acessível, mais justiça social, mais educação, mais transparência e serviços públicos que sirvam efetivamente as pessoas».

O jantar comemorativo reuniu dezenas de militantes e simpatizantes, incluindo Sandra Sousa Lopes, vice-presidente concelhia socialista e candidata à junta de freguesia de Lousado, Frederico Sá, candidato à junta de freguesia de Arnoso Santa Maria, Santa Eulália e Sezures para quem celebrar Abril «é honrar uma conquista que nos cabe continuar. Aqui, o espírito de Abril não vive apenas nos livros ou nas memórias distantes. Vive nos gestos concretos da comunidade», mas também na «nossa capacidade de nos unirmos mesmo quando somos diferentes, na vontade de construir em conjunto». Num discurso emotivo, considerou, também, que «a liberdade não é tranquila. É vibrante, exigente e barulhenta. A democracia é uma construção diária, feita de compromisso e futuro».

Sandra Sousa Lopes encontra no 25 de Abril «uma porta entreaberta para um país mais justo, mais plural, mais humano». Alertou, contudo, para os perigos «do esquecimento e da complacência», reafirmando que a liberdade exige compromisso diário, por exemplo, pela igualdade de oportunidades e pelo combate ao ódio e à discriminação. Neste sentido, convocou todos, «da esquerda e da direita, jovens e velhos» a continuarem a revolução «com diálogo, tolerância e confiança no povo».