
Recentemente, em reunião de Câmara, a vereadora do PS, Maria Augusta Santos, questionou o presidente, Mário Passos, sobre a existência, ou não, de um pedido de licenciamento por parte da Medway, para aumentar a rede de linha férrea, sentido sul-norte, que levaria ao corte da ciclovia que foi construída recentemente em Lousado.
Esta semana, é a concelhia do PAN a pedir «um cabal esclarecimento» sobre a eventual destruição da ecopista de Lousado. Perguntou ao executivo liderado por Mário Passos «se este dá garantias de que a ecopista de Lousado não será afetada por força de uma eventual alteração ao projeto. Ou se, por outro lado, vamos perceber que uma vez mais a Câmara Municipal é tomada como refém dos interesses privados».
O presidente da Câmara garantiu, na reunião de Câmara transata, que não recebeu «nenhuma comunicação, nenhum projeto», por parte da Medway.
Mas a oposição não ficou tranquila. A vereadora socialista manifesta a sua total oposição e diz que se se vier a concretizar «terá o meu repúdio».
O PAN diz que é preciso saber se, perante um eventual pedido da Medway, «a Câmara vai ou não aceitar o mesmo».
Medway diz que não há indicação acerca do traçado
Contatada pela Cidade Hoje, a Medway confirma que pretende a construção de uma linha, entre a linha férrea existente e o terminal a construir em Lousado, mas nega que haja um traçado definido. «Estando a infraestrutura ferroviária sob a gestão exclusiva da Infraestruturas de Portugal (IP), compete à mesma a criação das condições necessárias para estabelecer estas ligações e, até ao momento, não existe qualquer indicação acerca do traçado das mesmas, nem sobre as implicações questionadas», justifica Carlos Vasconcelos, presidente do Conselho de Administração da empresa.
Este responsável sublinha que as soluções serão concertadas com a IP e a Câmara Municipal. «A Medway, como tem sido a sua prática, estará sempre disponível para colaborar com todas as entidades na procura das melhores soluções e optará, sempre, por aquelas que minimizem o impacto do terminal a construir em relação às populações», garante.
Recorde-se que a Medway é uma operadora ferroviária de transporte de mercadorias que está a construir em Lousado o maior terminal ferroviário da Península Ibérica. A empresa portuguesa, que já é responsável pela gestão dos terminais de Sines, Entroncamento e Aveiro, está a construir em Lousado um “porto seco” com quatro linhas férreas de 750m, para 11 mil contentores de mercadorias, numa área superior a 20 ha, com um investimento de 63 milhões de euros.