
O último ato de Paisagem Efémera – Industrial e Urbana, do Teatro da Didascália, realiza-se a 18 de dezembro, em Riba de Ave, com a ajuda de uma atividade popular daquela Vila, que é o Enterro do Velho. Trata-se de um ritual com três décadas de celebração para “enterro” de um ano e boas-vindas ao novo ano.
Nesta interpretação, o Teatro da Didascália irá escrever o testamento e “velar o corpo” que simboliza a despedida ao ano de 2021.
A primeira parte desta intervenção centra-se numa instalação artística, patente no Mercado Narciso Ferreira até 18 de dezembro. O segundo momento irá acontecer precisamente no último dia do ano, 31 de dezembro, após a procissão até à ponte da freguesia famalicense.
Quanto à instalação artística, irá consistir numa espécie de capela mortuária, onde, ao longo de três semanas, a população poderá visitar um caixão em câmara-ardente. Dentro estará o ano de 2021 e todos os «desabafos, pensamentos e lamentos que queremos deixar para trás e enterrar juntamente com o velho ano». Os visitantes poderão, assim, não só “velar” o corpo, como refletir sobre um ciclo que termina, deixando, também, o seu contributo. Posteriormente, e com base nestas reflexões, o Teatro da Didascália irá escrever o testamento final, que será lido após a procissão do Enterro do Velho, na noite de passagem de ano.
Este é o terceiro e último ato de Paisagem Efémera – industrial e urbana que, depois de ocupar a antiga Fábrica de Sampaio Ferreira e o Antigo Quartel de Bombeiros da freguesia de Vila Nova de Famalicão, irá não só “habitar” mais um espaço “ferreirino”, o Mercado Narciso Ferreira, como, também, (re)viver uma tradição popular de Riba d’Ave. Esta ode à paisagem do território ribadavense conta com direção artística de Bruno Martins e tem como criadores António Júlio, Margarida Gonçalves e Rui Souza.
A instalação artística pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 14h30 e as 19h00; e aos sábados, entre as 9h00 e as 13h00. A entrada nesta “capela mortuária” é gratuita. Já a leitura de testamento irá decorrer na noite de passagem de ano, no âmbito do Enterro do Velho.