
Cristina Robalo-Cordeiro recebeu, esta sexta-feira, dia 13, o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, «com grande alegria, sentido de reconhecimento, alguma surpresa e perplexidade, mas também gratidão», palavras da autora.
A entrega do prémio decorreu no salão nobre da Câmara Municipal, na presença do vereador da Educação, Augusto Lima, e do presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, além de outros convidados.
“O véu de Maia – Relendo Almeida Faria” é o título da obra distinguida, por unanimidade, escrita por Cristina Robalo-Cordeiro, que há 40 anos é leitora do autor Almeida Faria.
Com 68 anos de idade e no final da carreira académica como professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde foi também vice-reitora, a também ensaísta, escritora e tradutora, recebe este prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho como «um sentido das coisas e da vida porque trabalho este autor há cerca de 40 anos, tenho acompanhado a sua obra e a sua evolução».
A premiada reconhece também que «estes prémios são um incentivo ao estudo e ao trabalho crítico. Normalmente as nossas instituições têm mais a tendência para premiar o efémero e o que surge aos olhos de todos com algum estadão; premiar obras críticas que, às vezes, não são de imediata leitura nem de leitura fácil; premiar aqueles que pelo seu estudo dão a conhecer grande parte da cultura e da literatura portuguesa, nem sempre acontece. Por isso, este gesto deve ser valorizado», referindo-se à «coragem cultural», frisou, da Câmara Municipal de Famalicão.
Recorde-se que o município de Famalicão instituiu este prémio em 2010, para homenagear Eduardo Prado Coelho que à sua morte deixou parte significativa da sua biblioteca a Famalicão. O município de Famalicão já tinha um protocolo com a Associação Portuguesa de Escritores a propósito do Grande Prémio de Conto Camilo castelo Branco e procurou fortalecer esta parceria com este Grande Prémio de Ensaio, com o valor monetário para o premiado de 7.500 euros.
De 2010 para cá já foram premiados vários escritores/ensaístas portugueses, nomes maiores das Universidades portuguesas, e «Famalicão orgulha-se deste prémio como forma de expressão cultural do próprio concelho e de afirmação do território no contexto nacional», estas são as palavras do vereador da Educação, Augusto Lima.
José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, realçou, precisamente, os 30 anos desta relação entre a APE e o município de Famalicão. «Temos conseguido fazer no decurso do tempo um trabalho verdadeiramente singular à escala do país», referindo-se à qualidade dos autores que têm sido distinguidos e à forma como Famalicão prova que a cultura não acontece só nos grandes centros urbanos.