
A organização ambientalista ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável destacou esta terça-feira, dia 10 de agosto, que Portugal é dos países da Europa com maior vulnerabilidade às alterações climáticas. Consequentemente, a organização aconselhou que este problema deve traduzir-se numa prioridade nacional.
Em comentário ao relatório do primeiro grupo de trabalho do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas relativo aos fundamentos científicos das alterações climáticas, enviado à Lusa, a ZERO sublinhou que «o documento apresentou o aviso mais severo de sempre da comunidade científica mundial sobre os efeitos das emissões de gases de estufa e consequentes alterações climáticas, antes de o planeta atingir um aumento de temperatura superior a 1,5 ºC».
No contexto europeu, a «região do Mediterrâneo apresenta grandes vulnerabilidades e menores oportunidades para lidar com as alterações climáticas» e «é das mais vulneráveis às alterações climáticas», sublinhou a associação.
«Devido às suas características geográficas, Portugal encontra-se entre os países europeus com maior vulnerabilidade a estas alterações», referiu. «Em Portugal, as alterações climáticas deverão ser cada vez mais uma prioridade nacional», acrescentou, explicando que a região Mediterrânica apresenta-se como «uma zona geográfica de maior vulnerabilidade aos efeitos adversos das alterações climáticas».
Segundo a associação, o país pode estar sujeito a desertificação, seca, fogos florestais, erosão da linha de costa devido à subida do nível médio do mar e ao aumento de tempestades, diminuição da produtividade agrícola, dificuldade na manutenção de sistemas agrícolas mais sensíveis a limitações hídricas ou de produção tradicional, propagação de doenças transmitidas por vetores e a poluição atmosférica, entre outros. A situação de Portugal acaba pode-se agravar devido à «exposição a eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor conjugadas com secas associadas a condições de enorme redução da humidade e à subida do nível do mar (fatores que causam potenciais cheias e galgamentos costeiros)».
A ZERO explicou que «urge a adoção imediata de ações de mitigação, que combatam as causas, e de adaptação, que minimizem os impactos, com vista a uma sociedade neutra em carbono e resiliente ao clima».