Apagão. Segunda-feira, 28 de abril foi um dia negro, apesar do sol e do tempo quente. Uma falha no abastecimento de energia atingiu vários países e afetou por inteiro Portugal. Sem energia, não houve telecomunicações, a água deixou de correr nas torneiras, as caixas dos multibancos estavam em baixo, os semáforos causaram o caos nas estradas, os fogões elétricos não permitiram refeições quentes, os aviões não levantaram, o mesmo aconteceu com os comboios e houve escolas que encerraram.
Tudo começou por volta das 11h30 e, em Famalicão, durou até perto da meia-noite. A energia foi abaixo e o que se pensava que seria por minutos demorou horas. Com o passar do tempo e perante as notícias de que a reposição poderia levar vários horas ou dias, a Comissão Municipal de Proteção Civil reuniu ao início da tarde, com diversas forças de segurança, bombeiros e outros elementos, e ativou o Plano Municipal de Emergência.
A prioridade, informou o presidente da Câmara, foi a garantia de que as forças de policiais e de segurança, os hospitais, centros de saúde, e instituições sociais dispunham de combustível e energia, através do recurso a geradores, para garantir a segurança e os cuidados à população mais vulnerável.
Mário Passos apelava ainda à população para manter a serenidade. Pedia que reduzisse o consumo de água, porque começava a faltar nas torneiras públicas, mas não era caso para pânico. Contudo, a Cidade Hoje registou uma procura anormal por bombas de gasolina e uma corrida aos supermercados para comprar bens essenciais, sobretudo água, enlatados, papel higiénico e velas. Um kit de sobrevivência que, dizem os especialistas, todos devemos ter em casa.
Duas curiosidades, havia mais pessoas na rua a passear, mesmo à noite e muitas iam aos carros ouvir as notícias. A rádio, a eterna companheira.
As causas ainda estão a ser apuradas, mas o apagão terá começado em Espanha, com quem temos interligação. Há críticas quanto à falta de mais explicações e de alertas da Proteção Civil através de SMS, mas o Governo diz que optou por informar via rádio, porque as telecomunicações estavam em baixo. Haverá tempo para apurar todas as responsabilidades e todos aprendermos com o sucedido.
Esta terça-feira, dia 29 de abril, Portugal voltou à normalidade. Levantar com o despertador, tomar duche quente e beber um café, enfrentar o trânsito, deixar os filhos na escola porque a campainha já toca, seguir para o trabalho e ligar o computador.
Nas fotos publicadas, a luz que emana da Avenida Marechal Humberto Delgado é apenas a dos automóveis e no centro da cidade era possível ver o “perfil” da Fundação Cupertino de Miranda.