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O escultor Charters de Almeida, de 87 anos, foi surpreendido durante a manhã do passado sábado, em Mogege. Nas instalações da ACO, o autor dos azulejos do edifício da Fundação Cupertino de Miranda reencontrou uma obra sua, produzida em 1972, e da qual não sabia o seu paradeiro. Perante a escultura em aço inox com quatro milímetros de espessura, com 15 toneladas de peso e 22 metros de altura, exposta nos jardins da ACO Shoes, o escultor sentiu «uma emoção muito grande. É como reencontrar um filho. Estou muito feliz», sentiu, perante a surpresa preparada por Armindo Costa, fundador e presidente do grupo ACO Shoes e antigo presidente da Câmara Municipal.
Há 50 anos, Charters de Almeida desenhou a escultura para ser colocada na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, na sede do Banco Intercontinental Português (BIP), do banqueiro Jorge de Brito, que na década de 1990 seria presidente do Benfica. Na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, o banco foi intervencionado pelo Estado, Jorge de Brito fugiu para o Brasil e a escultura acabou armazenada numa empresa de ferro-velho na zona de Lisboa e, para Charters de Almeida, a peça estava desaparecida».
Anos mais tarde, Armindo Costa, cruzou-se com o proprietário da empresa de ferro-velho e conseguiu comprar a escultura que, desde então, embeleza, os jardins empresa, em Mogege, o que aconteceu há 25 anos.
Como a obra estava assinada, e como Charters de Almeida esteve em Vila Nova de Famalicão no âmbito do processo de recuperação dos azulejos que criou para a torre da Fundação Arthur Cupertino de Miranda, Armindo Costa fez chegar ao escultor um convite para visitar a sua obra, para assinalar os 50 anos da produção da escultura. E foi o que aconteceu na manhã do passado sábado. Charters de Almeida e a sua mulher, Maria Bahia, ficaram emocionados com a «surpresa memorável» que Armindo Costa preparou, numa cerimónia simples de descerramento de uma placa alusiva ao reencontro de Charters com a sua obra meio século depois.
O escultor não evitou lágrimas da emoção e afirmou, a Armindo Costa, disse que «isto é uma qualidade humana que o meu ilustre amigo e a sua família demonstram ter, que é um exemplo para toda a gente. E eu felicito-os por isso», agradeceu ao empresário que estava acompanhado pela esposa, Fernanda Costa, pelos filhos Paula Costa e Fernando Costa e netos.
«Não sabia se a peça tinha sido destruída, não sabia nada. O que estou a ver agora é tudo novidade», afirmou o escultor revelando-se «muito feliz com o reencontro» e com o cuidado tido perante a obra de arte, que ficou «muito bem enquadrada», nos jardins do grupo ACO.
Sobre o significado da escultura, deixa-o ao cuidado da observação de cada pessoa. «É um elemento que procura integrar-se num espaço que já está definido», afirmou o autor da obra. Já para Armindo Costa, a peça simboliza o seu «trajeto de vida com a família».
A presença de Charters de Almeida terminou com uma visita às instalações fabris e às instalações sociais da sede do grupo ACO Shoes, com jardim de infância para os filhos dos 350 trabalhadores, cantina social e espaço multidesportivo.
Fundada em 1975, em Mogege, o grupo é líder em Portugal na produção e exportação de calçado de conforto feminino, vendendo os seus produtos em mais de 30 países de vários continentes.
❤️❤️
Arq.Armindo Costa.OSenhor faz a diferença,foi pôr isso que o Senhor foi um grande Presidente da câmara de V. N.de Famalicão, bem haja Senhor Presidente .
Muitos parabéns pelo reencontro e tão nobre gesto !
Há pessoas que fazem a diferença.
Parabéns ❤️são estes gestos que fazem a diferença
Linda homenagem e reconhecimento.. um bem haja há ACO e ao arquiteto Armindo Costa