
O Ministério Público (MP) acusou 12 pessoas de estarem implicadas no caso da intimidação e agressão a profissionais de saúde do Hospital de Famalicão, em fevereiro de 2022. Estão acusados de um crime de introdução em lugar vedado ao público, de três crimes de coação agravada, três crimes de ofensa à integridade física qualificada, de um crime de dano com violência e de três crimes de ameaça agravada. A um dos arguidos foi ainda imputada a prática de um crime de furto.
Recorde-se que o caso remonta a 22 de fevereiro de 2022, pelas 03h30, quando os agora arguidos deslocaram-se ao Hospital de Famalicão acompanhados de uma pessoa doente. Segundo a acusação do Ministério Público, os mesmos terão forçado a prestação dos cuidados de saúde imediatos ao doente sem passagem pela triagem, «atuando em grupo e mediante ações de intimidação e atos de violência, visando os profissionais de saúde», pode ler-se na nota da Procuradoria Geral Distrital do Porto. «Os arguidos desferiram vários socos na porta de acesso reservada às urgências, quebrando um dos vidros e, dessa forma, conseguiram alcançar essa área reservada. Uma vez nessa área, pegaram numa maca e transportaram a pessoa que traziam consigo para o interior das urgências, sem aguardarem pelo procedimento de registo e triagem, exigindo sempre em tom alto e ameaçador um atendimento imediato», refere a acusação do MP.
Segundo a acusação, apesar dos profissionais apelarem à calma, os «arguidos atingiram-nos com socos e pontapés em várias partes do corpo e chegaram a utilizar barras metálicas de suportes de soro que retiraram das macas e das camas de urgência nas agressões». Entre as vítimas está, também, o vigilante, que terá sido empurrado e atingido a murros e pontapés e a um golpe com um ferro na cabeça. «Um dos arguidos ainda retirou e guardou para si um telemóvel pertencente a um dos ofendidos», acrescenta o Ministério Público.