
A Raclac, fabricante de dispositivos médicos descartáveis, vai aumentar a sua capacidade de produção, com duas novas linhas, que implicam um investimento que poderá ascender a 50 milhões de euros.
Este novo projeto de investimento foi dado a conhecer presencialmente ao presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, e ao vereador da Economia, Empreendedorismo e Inovação, Augusto Lima, na passada quinta-feira, 27 de maio.
Para o edil, o novo projeto de investimento da Raclac contribuirá para o robustecimento da indústria 4.0, corporizando da melhor forma esta quarta revolução industrial, ao mesmo tempo que será mais uma oportunidade para cativar e reter talento no concelho de Vila Nova de Famalicão.
Segundo o fundador e diretor executivo da empresa, Pedro Miguel Costa, em causa está um processo produtivo «inovador e único no mundo», baseado numa tecnologia desenvolvida pela própria empresa ao longo de cerca de três anos, e que «revolucionou por completo a indústria de produção de luvas de exame a nível mundial». Desde logo, porque é 100% automatizado, sem intervenção humana desde a entrada da matéria-prima até ao embalamento do produto acabado. Todo o processo produtivo é feito em ambiente controlado e a embalagem onde as luvas são acondicionadas, impermeável e estanque, contribui para a eliminação do risco associado a contaminação cruzada.
Com este novo projeto, a Raclac vai reforçar a sua vocação exportadora e gerar mais emprego. Recorde-se que a Raclac tem os seus produtos presentes em vários mercados internacionais, nomeadamente na Europa, estando focada na expansão para a América do Norte e o Japão.
Em 2018, com a nova unidade sediada na freguesia de Cruz e que custou 30 milhões de euros, a Raclac tornou-se na primeira fábrica da Europa de luvas de exame em nitrilo sem pó, de uso único, capaz de produzir 830 milhões de luvas por ano.
O ano de 2020 foi de crescimento tanto em volume de negócios como em número de colaboradores, com a faturação a ultrapassar os cinquenta milhões de euros, o que representa um valor cerca de quatro vezes superior ao do ano anterior, e o efetivo de profissionais a fixar-se nos 90. A estes resultados não é alheio o facto de a empresa ter fornecido o país com luvas descartáveis, imprescindíveis no combate contra a Covid-19.
À automatização da produção e ao elevado nível técnico de todo o processo, a Raclac não esquece as políticas de sustentabilidade ambiental. «Temos uma estação de pré-tratamento de águas residuais que possibilita o reaproveitamento de, pelo menos, 60 por cento da água tratada para reutilização no processo produtivo, bem como a reutilização de águas pluviais», explica Pedro Miguel Costa.