
Na passada quarta-feira, o Citeve abriu portas para mostrar os resultados da bioeconomia no setor têxtil. O “be@t day” reuniu mais de 300 pessoas que tomaram conhecimento de dois anos do projeto, com realce para o desenvolvimento de matérias-primas sustentáveis, a evolução tecnológica e a conceção de novas tecnologias. A recetividade do público e dos parceiros do consórcio para a inovação e sustentabilidade foi evidente. «Estamos a alargar as fronteiras do setor», considerou, na abertura, Braz Costa. O diretor-geral do CITEVE realçou, também, o impacto do projeto be@t na ITV ao impulsionar «novas áreas como a circularidade, reciclagem e a criação de novos produtos sustentáveis».
No lotado auditório do CITEVE decorreu a apresentação dos resultados das várias iniciativas do projeto, sessão moderada pela coordenadora Carla Silva, e pela influenciadora Joana Barrios. Foi, também, feito o balanço do be@t e perspetivou-se o futuro do projeto e das atividades de investigação pela sustentabilidade do setor têxtil e vestuário.
Depois, durante a tarde, os participantes conheceram os demonstradores do projeto alojados nas várias unidades-piloto do CITEVE e CeNTI, conferindo os desenvolvimentos alcançados até ao momento e os processos sustentáveis usados na sua elaboração.
As visitas guiadas e as explicações de mais de duas dezenas de investigadores permitiram compreender as inovações em curso, como a reciclagem mecânica, fibras naturais e alternativas, acabamentos renováveis, soluções de ecodesign, biocompósitos de base têxtil e fibras de celulose regenerada. «Estas demonstrações ao vivo são fundamentais, pois proporcionam uma visão prática das conquistas do projeto», explicou Carla Silva.
Moderadas por Joana Barrios e Paulo Gomes, as Tertúlias no Parque abordaram temas essenciais como Sustentabilidade na Moda e o Consumidor, Ecodesign, Da Natureza para as Pessoas, e Passaporte Digital do Produto. Estes diálogos decorreram no verde palco do Parque da Devesa (junto ao CITEVE).
Neste dia de apresentações, visitas e discussões, o “be@t” «demonstrou o impacto que está a ter na bioeconomia do têxtil e vestuário em Portugal», mas são esperados mais desenvolvimentos à medida que o projeto avança. Como deu conta Braz Costa, «estamos muito satisfeitos, mas não saciados, com os resultados de dois anos de be@t e com a resposta que a comunidade têxtil deu a este desafio».
O be@t – bioeconomia no têxtil e vestuário representa um investimento global de 138 milhões de euros, cofinanciados pelo Plano de Recuperação e Resiliência e pelos Fundos Europeus Next Generation EU. Sob o mote “Da natureza, de forma circular e sustentável, para as pessoas”, o projeto tem 56 parceiros e visa a obtenção de matérias-primas alternativas às de origem fóssil, a implementação da circularidade no setor, a aposta na sustentabilidade transparente e rastreável e a intervenção na sociedade para levar à alteração dos hábitos de consumo.