O documento do relatório e contas do exercício municipal de 2024 foi aprovado por maioria, na noite desta terça-feira, dia 29 de abril, depois de um adiamento por causa do apagão.
Votaram a favor PSD, CDS e presidentes de junta independentes; o Chega absteve-se, enquanto que o PS e a CDU votaram contra.
O presidente da Câmara, Mário Passos, falou de um ano em que «baixamos impostos» e «ainda assim aumentou a receita por via da dinâmica económica do concelho» e dos fundos europeus alocados.
O PS disse que o voto contra (à semelhança do que aconteceu na Câmara) acontece porque a maioria PSD/CDS-PP «é boa a cobrar impostos, mas a investir estamos ao nível dos municípios mais fracos». Na opinião de Paulo Pinto, havia margem para descer os impostos e investir mais, concluindo que «foram quatro anos perdidos».
A CDU também votou contra. Daniel Sampaio deixou críticas essencialmente em duas áreas: ambiente e habitação. Mas no cômputo geral, considera que esta Câmara revela «ausência de uma estratégia, de um plano e de uma ideia para Famalicão. O que vos caracteriza é esconder a realidade e iludir os problemas», acusou.
O Chega reconheceu que há pontos onde este partido se aproxima da Câmara, mas outros onde fica distante. «Solidez financeira e contas aparentemente certas» é um dado positivo, disse João Pedro Castro, que critica as questões de segurança, inclusive à porta das escolas, e a «falta de poder reivindicativo da Câmara junto do Governo central», para obras como o quartel da GNR ou o regresso das instâncias cível e criminal ao Tribunal de Famalicão.
Depois de ouvir críticas da oposição, nomeadamente aos impostos cobrados, aos compromissos financeiros para o futuro e outras, Mário Passos insurgiu-se: «na Câmara o candidato do PS não abre a boca, aqui os senhores deputados só dizem falsidades e fazem demagogia». Continua a afirmar que Famalicão é uma locomotiva nacional, pela sua dinâmica económica, «mas estamos insatisfeitos e queremos mais», concluiu.
Já os partidos que sustentam a maioria PSD/CDS avalizaram os documentos e contas, sublinhando que a Câmara Municipal «não aumentou um único imposto» e apresenta uma política fiscal competitiva para famílias e empresas. Perante as críticas, desafiam o PS a «mostrar um caminho alternativo».