
O famalicense Nuno Melo anunciou hoje que será candidato à liderança do CDS-PP se se «confirmar que há condições institucionais e práticas para que o CDS possa começar um caminho novo, unificador, mobilizador e respeitador.
Apurando-se esse quadro de normalidade, serei candidato à presidência do CDS no próximo congresso», escreveu na sua página do facebook. Garante que nunca virará as costas «ao meu partido e não abandono o CDS no momento mais difícil da sua história. No que de mim depender, o CDS não acaba aqui».
Recorde-se que Nuno Melo, atualmente eurodeputado do CDS-PP no Parlamento Europeu, tinha mostrado disponibilidade para ser candidato à liderança do CDS-PP em novembro passado, mas a direção de Francisco Rodrigues dos Santos não abriu a porta a eleições. «Tinha advertido que o cancelamento de um congresso já agendado, com candidatos anunciados, a 24 horas da eleição de delegados, a par da suspensão do tribunal do partido, impedindo-o de dirimir conflitos, seriam erros graves que desmobilizariam o CDS e afastariam o eleitorado, por revelarem ao país o contrário do que um partido responsável, respeitador de regras, que aspira a ser governo, deve ser. Embora o resultado agora obtido confirme inteiramente os meus alertas, não tenciono concentrar-me em ajustes de contas com o passado».
O resultado das eleições legislativas foi desastroso para o CDS-PP que não elegeu qualquer deputado, o que acontece pela primeira vez na sua história. Nuno Melo reconhece que «o resultado alcançado pelo CDS nas eleições legislativas foi trágico, mas não pode ser encarado como o fim do partido, antes sim, como a oportunidade para um recomeço. O CDS faz falta a Portugal».
Neste recomeço, o eurodeputado e líder distrital do CDS-PP pede aos militantes que não baixem os braços, «acreditem que superar esta crise vai ser possível, mas para tanto, o CDS precisa de todos». Aos militantes que se afastaram nos últimos anos, Nuno Melo pede que voltem a abraçar o partido e ajudem nesta reconstrução. «Em democracia não se cresce, subtraindo. O maior património do CDS foram sempre seus quadros, os seus militantes, os seus dirigentes», enaltece.
O candidato lembra que o partido está implantado a nível nacional, governa sozinho seis autarquias e está em muitas mais em coligação, além de marcar presença nos governos regionais das ilhas. Face aos resultados das legislativas, o atual líder centrista demitiu-se do cargo.