O município de Famalicão quer alargar, de 50 para 150 metros, a preservação da Paisagem Camiliana em volta da Casa-Museu de Camilo Castelo Branco. Quer dizer que futuras construções ficarão condicionadas. O processo está já na CCDR-N.
Esta novidade foi avançada pelo presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Mário Passos, esta sexta-feira, dia 14 de março, no âmbito das comemorações do bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco, que decorrem no Centro de Estudos Camilianos, em Seide.
A abertura do Congresso Internacional Camilo Castelo Branco contou com a presença da Ministra da Cultura. Dalila Rodrigues recordou que Camilo Castelo Branco foi o primeiro escritor profissional, ou seja, a viver da escrita. Além «da qualidade literária», a governante realçou a dimensão cultural e social do escritor. Considerou, por isso, que as diferentes facetas de Camilo Castelo Branco «são um verdadeiro património a preservar».
O coordenador científico da Casa Museu e Centro de Estudos Camilianos, Sérgio Guimarães Sousa, vincou que «Camilo é um património coletivo que não se esgota no Norte e a todos pertence».
Razão pela qual há 33 instituições do Norte de Portugal envolvidas no programa de comemorações, incluindo municípios, universidades e fundações. A CCRD-N faz parte deste lote de instituições que se associam a esta celebração do nascimento de Camilo Castelo Branco. Jorge Sobral, vice-presidente da CCDR-N para a Cultura e Património, também presente em Seide, valorizou todo este trabalho de cooperação institucional na projeção de um escritor nacional. «Em Camilo, o Norte vê-se ao espelho», porque «viveu e mapeou a região», referiu. Recordou, ainda, que Camilo Castelo Branco pertence à Rede de Escritores a Norte, cuja sede é em Famalicão, para a qual a CCDR-N tem uma linha de financiamento para a sua promoção.
Quanto ao Congresso Internacional, que decorre esta sexta-feira e sábado, traz a Seide especialistas e investigadores da obra camiliana. Mas, há mais iniciativas, entre elas destacam-se a criação de uma ópera contemporânea baseada na obra “Amor de Perdição”, um espetáculo de dança pela companhia Ballett Douro inspirado em várias obras de Camilo, e um espetáculo de teatro de rua intitulado “Camilo na Rua”, direcionado para públicos a partir dos 6 anos e falantes de inglês. Ainda a publicação de um Guia Literário de Camilo a Norte, com um mapa associado, visando promover o turismo literário na região.
Camilo Castelo Branco viveu os últimos vinte e seis anos da sua vida em Seide S. Miguel e aí escreveu grande parte da sua obra, inspirada, abundantemente, nos espaços, nas gentes e na história da região.