
A Continental, fabricante alemã de pneus com unidade em Lousado, Vila Nova de Famalicão, não prevê alterações na sua produção local, apesar das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos europeus.
Em entrevista à Antena 1, Pedro Carreira, CEO da empresa em Portugal, garantiu que a operação em solo minhoto não será afetada no imediato: “Uma empresa nova demora 4 a 5 anos a montar, até lá, alguém vai continuar a comprar os mesmos pneus, com os impostos em cima”, afirmou.
Com cerca de 17% da produção destinada ao mercado norte-americano, a fábrica trabalha com uma margem de três meses de antecipação. Até ao momento, “ainda não houve qualquer informação para que a produção venha a diminuir”, assegurou o responsável.
Apesar de compreenderem as razões por trás das medidas norte-americanas, Pedro Carreira sublinha: “Entendemos todos”, mas “se é a forma correta de fazer, cada um terá a sua visão das consequências”.
A Continental de Lousado continuará a abastecer o mercado americano “enquanto continuarem a produzir os carros”, mas, caso haja uma quebra na procura, “a solução é arranjar outro”. Ainda assim, o CEO reconhece a complexidade de uma mudança tão repentina: “de repente colocar 17% noutro país de um dia para o outro também não é fácil, ou seja, teria de repensar estratégia e dimensão”.