Na manhã deste domingo, no âmbito das comemorações dos 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco, os CTT – Correios de Portugal lançaram uma coleção de selos dedicada ao romancista que viveu grande parte da sua vida em Seide S. Miguel.
Foi precisamente na casa onde escreveu muitas das suas obras que decorreu a apresentação de quatro selos e de um bloco filatélico que ilustram quatro das obras mais emblemáticas de Camilo: “Amor de Perdição”, “A queda de um Anjo, “Maria Moisés e “Memórias do Cárcere”. Destacados ilustradores nacionais são os responsáveis pelos trabalhos.
Com esta iniciativa dos CTT «é fazer voltar Camilo às cartas, ele que tanta correspondência trocou ao longo da sua vida de cronista e romancista». É uma forma de o homenagear, «mas também de o fazer voltar a correr o país e o mundo, lembrando a sua obra e promovendo a sua literatura», considerou presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos.
O bloco filatélico, que já está disponível para venda, é ilustrado por André Carrilho, um dos mais importantes caricaturistas nacionais; que apresenta o novelista no escritório da casa de Seide S. Miguel onde onde instalou, após 1863, a sua bigorna das Letras e o transformou num dos altares a literatura portuguesa.
O ilustrador Nuno Palhas, também conhecido como Third, foi responsável pelo design do selo referente à obra “Amor de Perdição. O selo da “Queda de um Anjo” é da ilustradora Teresa Lima. LuisDuran, Headof Design emérito dos CTT, é o autor do selo que retrata as “Memórias do Cárcere”. O selo referente à obra “Maria Moisés” foi inspirado num mural de arte urbana, no centro da cidade famalicense, da autoria do projeto Ruído, de Frederico Draw e Rodrigo Gonçalves.
«Camilo é tão valioso como um Machado de Assis, um Dante, um Shakespeare»
A apresentação destes selos aconteceu no âmbito das comemorações do nascimento de Camilo Castelo Branco que, este fim de semana, teve um congresso internacional e uma emissão especial do Jornal da Tarde da RTP, às 13 horas deste domingo. O canal público de televisão percorreu a vida e obra do romancista, chamando para testemunhar a importância da obra camiliana vários protagonistas, como Sérgio Guimarães de Sousa. O diretor do Centro de Estudos Camilianos não teve problemas em assumir que «Camilo é tão valioso como um Machado de Assis, um Dante, um Shakespeare», sublinhando que, «de uma maneira ou de outra, ainda hoje os portugueses são descendentes da escrita de Camilo Castelo Branco e do seu universo de eleição», que nos remete para o interior do país e para a região Norte.