O Agrupamento de Escolas D. Sancho I mantém a tradição de celebrar as Maias, prática enraizada na cultura minhota e que voltou a encher de cor as janelas e portas das escolas do agrupamento, na madrugada de 1 de maio. Os arranjos florais foram elaborados por alunos, professores, funcionários e encarregados de educação.
A comunidade escolar envolveu-se, assim e com entusiasmo, na elaboração dos arranjos florais, transformando esta atividade «numa verdadeira manifestação artística e cultural». Para além da criação das maias, a diretora Helena Pereira refere que as turmas exploraram, em sala de aula, as origens desta tradição, analisando lendas, símbolos e significados associados a esta expressão do património imaterial.
Todas as escolas do Agrupamento estiveram envolvidas nesta celebração — desde o pré-escolar até ao ensino secundário, incluindo o ensino de adultos — «tornando esta iniciativa verdadeiramente inclusiva e representativa da diversidade educativa do agrupamento», nota a diretora.

Num gesto simbólico, foi oferecida uma maia ao município, propondo que esta seja colocada numa das janelas da Câmara Municipal, como sinal «de uma possível parceria que poderá tornar Vila Nova de Famalicão uma referência no renascimento desta tradição», deseja Helena Pereira.
A tradição das Maias, que remonta a tempos pagãos e que mais tarde foi reinterpretada com significados religiosos e simbólicos, consiste na decoração com flores — geralmente amarelas e muitas vezes dispostas em coroas — como forma de afastar os maus espíritos, proteger os lares e celebrar o triunfo da primavera e da natureza. Entre lendas e crenças, diz-se que esta prática visava impedir a entrada de bruxas, o ataque de “burros” ao gado ou o acesso do diabo às casas, já que se acreditava que nesta noite “o mal andava à solta”.