O Ave é, há décadas, «um dos mais importantes sistemas produtivos da Península Ibérica, «com uma capacidade excecional de exportação, inovação incremental, flexibilidade e adaptação às transformações económicas globais». A garantia e reconhecimento foram dados, na passada sexta-feira, em Famalicão, pelo presidente da CCDR Norte no âmbito da iniciativa “Ouvir o Território, Construir o Futuro”. António Cunha reconheceu, também, que a região é o coração industrial da Região Norte. Aqui se concentra uma parte substancial da nossa força produtiva, da nossa capacidade de exportar e da nossa ambição coletiva de modernização económica».
No decurso da iniciativa, um conjunto de reuniões semestrais com as oito Entidades Intermunicipais da Região Norte, a CCDR Norte apresentou os resultados dos programas de investimento na sub-região, que somam 1,1 mil milhões de euros.
No âmbito do Portugal 2030, destacam-se investimentos para a modernização produtiva e digitalização das PME; reforço da eficiência energética e da transição verde; melhoria das infraestruturas educativas e dos centros de formação, bem como a promoção da mobilidade sustentável e da regeneração urbana. Já no PRR, realce para iniciativas orientadas para a descarbonização industrial, para a qualificação e formação avançada, para o aumento da oferta de habitação acessível para trabalhadores e para a transformação digital dos serviços públicos. No PEPAC 2023-2027, evidenciam-se o apoio à modernização das pequenas produções agrícolas, a valorização das fileiras agroalimentares complementares e o reforço da sustentabilidade dos territórios rurais.
Os investimentos que temos em curso representam um conjunto notável de oportunidades com enorme capacidade de transformação. Mas, perante as metas ambiciosas do Portugal 2030 e do PRR até 2026, é decisivo acelerarmos ainda mais o ritmo de execução.

Entre as operações com maior custo elegível atualmente em execução, destacam-se investimentos de grande escala nos concelhos de Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Fafe, distribuídos pelas áreas do desenvolvimento urbano e da competitividade empresarial. Na área do crescimento e competitividade das PME, em Vila Nova de Famalicão destaca-se a operação da Lourofood, Lda., que envolve a robotização e modernização dos sistemas de gestão da produção, o aumento da área de implantação, da capacidade produtiva e de armazenagem, bem como a instalação de energia fotovoltaica com baterias. O projeto representa um investimento elegível de 13,35 milhões de euros, apoiado em 4,67 milhões de euros.
«Os investimentos que temos em curso representam um conjunto notável de oportunidades com enorme capacidade de transformação. Mas, perante as metas ambiciosas do Portugal 2030 e do PRR até 2026, é decisivo acelerarmos ainda mais o ritmo de execução. Este é o momento de unirmos esforços, de reforçarmos a determinação e de garantirmos que cada projeto se concretiza em tempo útil, para que o território beneficie plenamente deste ciclo único de investimento», António Cunha que reforçou o compromisso de continuar o diálogo próximo com os territórios, preparando, em conjunto com os autarcas e outros atores regionais, o quadro de programação pós-2027.
O líder da CCDR Norte destacou que os principais clusters do Ave enfrentam uma transição profunda, pressionados por concorrência global de baixo custo, exigências ambientais cada vez mais rigorosas, automatização crescente, novos padrões de consumo e de moda e digitalização acelerada de processos produtivos. Por isso, avisou, que o que está em causa é produzir melhor. «Subir na cadeia de valor significa apostar em design e moda, materiais avançados e circularidade, automação e digitalização, incluindo inteligência artificial. O Ave está preparado para liderar uma nova geração de indústrias: mais verdes, mais inteligentes e mais criativas».
Mário Passos, presidente da CIM do Ave, mostrou-se satisfeito com a reunião e sublinhou que o Ave está plenamente empenhado em construir uma visão comum para o próximo ciclo de programação, assente na qualificação, na tecnologia e na sustentabilidade, garantindo que o território continue a contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento do Norte e do país.